Nutrição infantil: o que
fazer quando seu filho faz cara feia para a comida!
Reportagem de Caroline Vicentini
Reportagem de Caroline Vicentini
Os números são alarmantes quando se
fala em obesidade infantil. Segundo
dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) fornecidos pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três crianças com
idades entre 5 e 9 anos estão acima do peso recomendado
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da
Saúde. Entre os jovens de 10 a 19 anos a porcentagem
de obesos em 1970 era de 3,7%, subindo para 21,7% em 2009.
As dobrinhas infantis que antes eram sinônimos de saúde e
fofura viraram epidemia mundial e problema de saúde pública. E toda esta
preocupação tem sentido. O excesso de peso é um distúrbio que pode desencadear
diversas doenças e problemas de saúde. “Uma criança/adolescente obeso tem
grandes chances de se tornar um adulto com o mesmo problema”, alerta a
nutricionista especializada em nutrição clínica e funcional, Juliana Munhoz
Pirolla. “Tenho atendido muitas crianças e adolescentes com doenças típicas de
adulto, como o diabetes tipo 2, hipertensão, altos índices de colesterol”,
pontua a profissional. Além disso, a obesidade atrapalha o desenvolvimento
cognitivo e físico. “Há até estudos relacionando o uso abusivo de corantes e
aditivos – comuns na alimentação atualmente – ao aumento de casos de Transtorno
de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)”, revela a nutricionista.
De acordo com Juliana, o aumento de peso nesta faixa
etária na maioria das vezes decorre da alimentação inadequada e sedentarismo. “As
opções hoje são as comidas congeladas, os fast food, enfim, alimentos ricos em
carboidratos refinados. Outro problema que ajuda a manter os ponteiros da
balança lá em cima é a falta de atividade física, já muitas crianças e
adolescentes passam horas em frente ao computador”, argumenta.
A nutricionista orienta que nesta fase da
vida é fundamental que os bons exemplos de hábitos alimentares saudáveis venham
de casa. “As crianças são os reflexos dos pais e vão comer o que eles põem no
prato. Portanto, é essencial priorizar os alimentos naturais, orgânicos. A recomendação é de que haja no prato, diariamente:
verduras, frutas e legumes, no almoço e no jantar. Outra dica é não adoçar os
sucos para que a criança sinta o sabor das frutas”, recomenda. E nada de
desistir na primeira vez que seu filho fizer cara feia diante do prato de
salada. “É preciso provar mais de cinco vezes um alimento para que o paladar se
acostume com o novo sabor”, argumenta a nutricionista. Juliana ressalta que a
apresentação dos alimentos é importante para aceitação pela criança. Portanto,
seja criativo, ofereça os alimentos de forma diferente. “Dá para fazer
hambúrguer com abobrinha, um quibe assado com quinoa, uma torta recheada com
legumes, investir nas farinhas orgânicas que podem ser acrescentadas aos sucos,
iogurtes, vitaminas”, sugere.
E
se a criança ou adolescente já estiver com sobrepeso, nada de dietas
extremamente restritivas e radicalismos. “Como é fundamental o desejo do
paciente em aderir ao tratamento, trabalho com a reeducação alimentar. Partimos
dos hábitos que ela já tem e diminuímos os excessos gradativamente, enquanto o
oferecemos alimentos mais saudáveis. Também explico de maneira bem didática a
importância de uma alimentação saudável para o desenvolvimento físico e
mental”, comenta a nutricionista.
Abaixo,
algumas dicas para uma boa nutrição infantil:
* Eduque o paladar da criança com
alimentos naturais, preferencialmente os orgânicos.
* Exponha
o mesmo alimento diversas vezes e estimule a criança a consumi-lo. Esta
estratégia aumenta a aceitação da criança a determinado alimento.
* Estabeleça uma rotina alimentar. A
criança/adolescente deve comer de 3 em 3 horas, em um lugar calmo, onde ela
possa saborear o alimento.
* Faça a criança/adolescente ingerir
líquidos apenas 1 hora após as refeições.
* Libere as guloseimas apenas uma vez
por semana e não exagere na quantidade.
* Converse
sempre com a criança sobre a importância do consumo destes alimentos para o
crescimento saudável.
* Inove na apresentação dos pratos.
Uma apresentação caprichada pode aguçar a curiosidade e levar seu filho a
experimentar coisas novas.
* Leve a criança/adolescente ao
supermercado e convide-o a se aventurar na cozinha.
* Os
pratos de pais e familiares mais próximos são os principais exemplos. Portanto,
é fundamental que a família toda inclua hábitos alimentares mais saudáveis.
* Não
esconda as verduras e legumes no meio da comida da criança. Se o fizer, deixe
sempre uma pequena porção à vista.
* Não
ofereça recompensas! Por exemplo, “se comer a salada, ganha um doce”. Esta
estratégia pode tornar as verduras e legumes indesejáveis e o doce o alimento
preferido da criança.
Tire suas dúvidas escrevendo para a Dra. Juliana:
Tire suas dúvidas escrevendo para a Dra. Juliana:
* Dra. Juliana Munhoz Pirolla - Endo Endocrinologia e Nutrição
Rua Cláudio Manuel da Costa, 133 - Lago Parque
Fones: 33241386
nutjuli@hotmail.com
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Fones: 33241386
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