21 de maio de 2012

Boas para o paladar e a saúde: conheça o maravilhoso mundo das pimentas!

Reportagem de Caroline Vicentini *




Colorida, saudável, versátil, saborosa e picante. Utilizada desde a Antiguidade, a pimenta tornou-se um elemento indispensável na gastronomia mundial. Com o poder de transformar um prato simples em divino aos olhos e ao paladar, a pimenta está presente na mesa de ¼ da população mundial, perdendo apenas para o sal. No Brasil, é o terceiro condimento mais consumido, atrás apenas do alho e da cebola. E não podemos esquecer que não é apenas na mesa que a especiaria faz sucesso. Os formatos exóticos e coloridos ornamentam qualquer ambiente. E no imaginário elas também são poderosas – há quem diga que funcionem como um talismã. Contudo, outros povos já a associaram a figuras demoníacas e rituais das trevas.
Com tanta variedade e benefícios, não é incomum encontrar aficcionados por pimenta. Amauri Seifert, de Cambé, é um deles. Há nove anos, o pipericultor e a esposa dedicam-se a plantar, colher, preparar e temperar cerca de 30 variedades do condimento. Malagueta, Dedo-de-moça, Cumari, Jalapeño, Habanero, Murupi e Biquinho são apenas algumas das variedades cultivadas. O hobby que se transformou em uma agroindústria familiar com o simpático nome de Pimenta da Horta começou por acaso. “Em 2005 colhi muita pimenta e resolvi fazer umas conservas”, relembra Seifert, que atualmente viaja o Brasil participando de feiras e propagando os benefícios da pimenta para a saúde.
Além das conservas, a empresa também produz molhos com graus de picância suave, ardido e extra-forte, pimenta em pó, patê, trufas de chocolate com pimenta e geléias e doces de pimenta, feitas com a variedade dedo-de-moça.
O pipericultor explica que as pimentas comestíveis são classificadas segundo o grau de ardência, numa escala subjetiva que vai de zero a dez de temperatura. As variedades Cheiro de Fortaleza e Biquinho, por exemplo, têm grau zero. São gostosas e leves, ideais para refogados. Já a Cereja e Jalapeño possuem grau 5. Já as famosas Malagueta, Habanero e Scotch Bonnet possuem grau de picância que variam entre 9 e 10. Pimentas com ardência acima de dez são usadas para outras finalidades, como a produção de medicamentos e armamentos. Aliás, sabe qual a pimenta mais ardida do mundo? É a Bhut Jolokia, um tipo de pimenta encontrada em Bangladesh, Sri Lanka e Índia
A substância capsaicina é a responsável por conferir ardor ao fruto. “Para o organismo se acostumar com a capsaicina, é preciso começar com uma variedade com grau de picância suave e ir aumentando gradativamente. O organismo “pede” uma variedade mais ardida até ficar “curtido””, explica Seifert, que apimenta as suas refeições com a Cumari-do-Pará, uma amarelinha com grau de pungência oito. E se a boca ‘pegar fogo’ ao ingerir a pimenta nada de tomar água. “Ela apenas propaga a ardência”, adverte o pipericultor. O certo é tomar um copo de leite, ou comer açúcar, sorvete, pão fresco, batata cozida, arroz ou creme de leite, que deve ser bochechado por um minuto e depois cuspido. Esses alimentos têm boa capacidade de absorção e ajudam a drenar a capsaicina.

Benefícios para a saúde

Pois é. Quem coloca a pimenta no dia-a-dia está levando, além de tempero, uma série de medicamentos naturais: analgésico, antiinflamatório, xarope, vitaminas – benefícios que os povos primitivos descobriram há milhares de anos que agora estão sendo comprovados pela ciência.
Uma pesquisa recente realizada na Faculdade de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, comprovou que a pimenta diminui o risco de doenças cardiovasculares, maior causa de mortes no Brasil. Os principais nutrientes deste tempêro são o cálcio e as vitaminas A e C. Segundo o “Dicionário Gastronômico: Pimentas com suas Receitas”, algumas variedades de pimentões fornecem até 340 miligramas de vitamina C a cada 100 gramas do fruto, enquanto a mesma quantidade de laranja, por exemplo, possui apenas 41 miligramas da vitamina.

A capsaicina atua em várias áreas do corpo: alivia dores de cabeça, controla os níveis de glicose no sangue, aumenta a capacidade pulmonar e ajuda no tratamento da rinite alérgica. É até uma aliada para quem quer entrar em forma. De acordo com pesquisadores, consumir pimenta vermelha ajuda a reduzir o apetite e a queimar mais energia após as refeições. Seus compostos vêm sendo estudados ainda no tratamento de doenças graves como câncer e diabetes e já se sabe que são eficientes contra artrites e neuropatias. Mas vale a recomendação de Amauri Seifert: para se obter os benefícios da pimenta deve-se consumir o fruto e não apenas pingar umas gotinhas do azeite sobre a comida.



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* Nota do editor - A matéria é resultado de uma enquete que escolheu o tema temperos, e embora pimenta não deixe de ser um tempero, compensaremos em breve com outra matéria inerente ao assunto que foi eleito.O blog preza à exaustão pela lisura de suas ações e respeito aos senhores leitores. Por favor, continuem votando em nossa enquete de reportagens, pois o seu interesse é a semente do nosso sucesso.

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