
Com
tanta variedade e benefícios, não é incomum encontrar aficcionados por pimenta.
Amauri Seifert, de Cambé, é um deles. Há nove anos, o pipericultor e a esposa
dedicam-se a plantar, colher, preparar e temperar cerca de 30 variedades do condimento.
Malagueta, Dedo-de-moça, Cumari, Jalapeño, Habanero, Murupi e Biquinho são
apenas algumas das variedades cultivadas. O hobby que se transformou em uma
agroindústria familiar com o simpático nome de Pimenta da Horta começou por
acaso. “Em 2005 colhi muita pimenta e resolvi fazer umas conservas”, relembra
Seifert, que atualmente viaja o Brasil participando de feiras e propagando os
benefícios da pimenta para a saúde.
Além
das conservas, a empresa também produz molhos com graus de picância
suave, ardido e extra-forte, pimenta em pó, patê, trufas de chocolate com
pimenta e geléias e doces de pimenta, feitas com a variedade dedo-de-moça.
O
pipericultor explica que as pimentas comestíveis são classificadas segundo o
grau de ardência, numa escala subjetiva que vai de zero a dez de temperatura.
As variedades Cheiro de Fortaleza e Biquinho, por exemplo, têm grau zero. São
gostosas e leves, ideais para refogados. Já a Cereja e Jalapeño possuem grau 5.
Já as famosas Malagueta, Habanero e Scotch Bonnet possuem grau de picância que
variam entre 9 e 10. Pimentas com ardência acima de dez são usadas para outras
finalidades, como a produção de medicamentos e armamentos. Aliás, sabe qual a pimenta
mais ardida do mundo? É a Bhut Jolokia, um tipo de pimenta encontrada em
Bangladesh, Sri Lanka e Índia
A
substância capsaicina é a responsável por conferir ardor ao fruto. “Para o
organismo se acostumar com a capsaicina, é preciso começar com uma variedade
com grau de picância suave e ir aumentando gradativamente. O organismo “pede”
uma variedade mais ardida até ficar “curtido””, explica Seifert, que apimenta
as suas refeições com a Cumari-do-Pará, uma amarelinha com grau de pungência
oito. E se a boca ‘pegar fogo’ ao ingerir a pimenta nada de tomar água. “Ela
apenas propaga a ardência”, adverte o pipericultor. O certo é tomar um copo de
leite, ou comer açúcar, sorvete, pão fresco, batata cozida, arroz ou creme de
leite, que deve ser bochechado por um minuto e depois cuspido. Esses alimentos
têm boa capacidade de absorção e ajudam a drenar a capsaicina.
Benefícios para a saúde

Uma pesquisa recente realizada na Faculdade de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, comprovou que a pimenta diminui o risco de doenças cardiovasculares, maior causa de mortes no Brasil. Os principais nutrientes deste tempêro são o cálcio e as vitaminas A e C. Segundo o “Dicionário Gastronômico: Pimentas com suas Receitas”, algumas variedades de pimentões fornecem até 340 miligramas de vitamina C a cada 100 gramas do fruto, enquanto a mesma quantidade de laranja, por exemplo, possui apenas 41 miligramas da vitamina.
A capsaicina atua em várias áreas do corpo: alivia dores de cabeça, controla os níveis de glicose no sangue, aumenta a capacidade pulmonar e ajuda no tratamento da rinite alérgica. É até uma aliada para quem quer entrar em forma. De acordo com pesquisadores, consumir pimenta vermelha ajuda a reduzir o apetite e a queimar mais energia após as refeições. Seus compostos vêm sendo estudados ainda no tratamento de doenças graves como câncer e diabetes e já se sabe que são eficientes contra artrites e neuropatias. Mas vale a recomendação de Amauri Seifert: para se obter os benefícios da pimenta deve-se consumir o fruto e não apenas pingar umas gotinhas do azeite sobre a comida.
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* Nota do editor - A matéria é resultado de uma enquete que escolheu o tema temperos, e embora pimenta não deixe de ser um tempero, compensaremos em breve com outra matéria inerente ao assunto que foi eleito.O blog preza à exaustão pela lisura de suas ações e respeito aos senhores leitores. Por favor, continuem votando em nossa enquete de reportagens, pois o seu interesse é a semente do nosso sucesso.
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